Revista Parêntese

Parêntese #102: Meio século

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Parêntese #102: Meio século

São 50 anos do dia da Consciência Negra. Mais propriamente, da ideia desse Dia, da proposta desse dia. Ideia do Grupo Palmares, organizado aqui mesmo, nesta cidade de Porto Alegre. No grupo estavam figuras como Oliveira Silveira e Antônio Carlos Côrtes, que contou sua história em entrevista para a Parêntese, entre outros. 

Meio século de uma luta que agora, para alegria ou alívio dos antirracistas, entrou para o primeiro plano da opinião pública. Opinião pública quer dizer meios de comunicação, escolas e universidades, o mundo das leis – do Legislativo ao Judiciário, em todos os níveis –, as instituições, do posto de saúde aos salões mais requintados dos poderes públicos, passando pelas delegacias, quartéis, assim como as empresas. Não terminou o racismo, nem de longe; mas não há mais como alegar inocência – e isso é bom. 

Se muito vale o já feito, mais vale o que será, como dizia o poeta, aliás, os poetas Fernando Brandt, Márcio Borges e Milton Nascimento. (Elis cantando agora no nosso ouvido.)

Não por casualidade, um quarto de século atrás, nas páginas da revista Porto & Vírgula, de saudosa memória, Oliveira Silveira dava seu depoimento sobre a criação da data. Na Parêntese 102, reproduzimos esse texto, originalmente editado por Susana Gastal, na edição de novembro de 1996 daquela publicação, cria da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre. Para acompanhar o texto, uma caricatura, como sempre delicada e emocionante, de Alisson Affonso.

Na entrevista, conversamos com um dos tantos sujeitos que tiveram no Oliveira uma referência, um guia, um interlocutor: Jorge Fróes. Poeta e professor, ele conta parte de sua trajetória, de um leitor que veio a escrever, mas também de um cidadão atropelado pela violência policial. Jeferson Tenório esteve junto na entrevista, que Nathallia Protazio editou.

Uma reportagem especial vem assinada por Poti Campos, com imagens de Tânia Meinerz: uma visita a um quilombo a poucas dezenas de quilômetros da capital. Uma história que mistura escravidão com outras injustiças históricas, mas também resistência e vontade de preservar a memória e conquistar a paz do direito reconhecido. 

Outro mergulho do passado vem em texto também especial de Alcy Cheuiche. Escritor de reconhecidos méritos, um democrata dos tempos da resistência contra a ditadura militar, um homem de coração grande, Alcy refez, em poucas linhas, o nervo de sua biografia romanceada de um grande – João Cândido, o Almirante Negro, gaúcho por nascimento, um homem do mundo por conquista, um símbolo tanto da crueldade de muitas elites nacionais, quanto da integridade de um homem do povo. Um negro. Um marinheiro. Um cidadão. 

Carlos Mossmann, desvendando o papel da África na música ocidental, tem uma proposta, que precisamos ouvir. Marcelo Martins Silva traz um poema sobre… sobre o quê mesmo? Solidariedade, sede de justiça, a sutil compreensão dos laços entre os vivos. 

Na série Os Locais, um show de Edgar Vasques: no cenário privilegiado da Travessa dos Venezianos, o grande artista botou a cantar, tocar, dançar, uma turma que dá gosto: Lupicínio Rodrigues, Rubens Santos, Zilah Machado, Plauto Cruz, Túlio Piva e Lourdes Rodrigues. 

Caue Fonseca traz o penúltimo capítulo de Cefaleia cervicogênica. Arnoldo Doberstein repassa imagens locais relativas à guerra do Paraguai. E Guto Leite comenta o mais recente lançamento de Luciano Mello. 

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