Revista Parêntese

Parêntese #159: Conhecer

Change Size Text
Parêntese #159: Conhecer

Abstratamente qualquer sujeito escolarizado sabe dizer alguma coisa sobre Brasília ou sobre o Quilombo de Palmares, assim como qualquer habitante de Porto Alegre saberá reconhecer a Usina do Gasômetro e o parque da Redenção.

Outra coisa é conhecer cada uma dessas coisas de perto, tendo ido buscar a experiência direta de conviver, tocar com as mãos, cheirar o ar da redondeza. Neste caso o conhecimento traz as marcas da vida vivida, porque se mescla com o corpo, que, como sabemos, é bem mais que o suporte da mente.

Nesta edição, a Parêntese traz excelentes casos de gente que foi conhecer ao vivo, de perto, olho no olho. Um dos mais queridos artistas da cidade, Leandro Selister, conta de seu projeto “Perceba / Proteja / Preserve”, uma ideia original e poderosa para espalhar a consciência sobre o pertencimento das pessoas às cidades. Como se vai ver nas imagens, o Leandro trata com carinho o mundo das edificações marcantes de Porto Alegre, de Pelotas, de Brasília. (Os desenhos de Brasília estarão todos à venda no site.

Adriano Silva é outro caso: em férias em Maceió, andando pelas praias, reflete sobre o que estamos fazendo, em nosso tempo, com o paraíso que nos tocou conhecer. Não menos, ele foi visitar Palmares, o famoso quilombo, e lá recolheu lições para toda a vida. 

Beatriz Marocco segue sua delicada série sobre mulheres velhas – sim, com esse adjetivo que andou sendo cancelado mas parece retornar ao cenário, junto com a consciência do envelhecimento da população brasileira. 

Juremir Machado está de aniversário. Agora, aos 61 anos, ele revisita e atualiza uma poesia de quando completou meio século de vida.

Arnoldo Doberstein conta sumariamente a história da Usina famosa na cidade, que nunca foi tocada a gás (era a carvão) mas leva o nome de um antigo depósito de gás que por ali ficava. 

Dois casos literários também dão as caras: Cristiano Fretta revisita sua juventude, como estudante de Letras, intuitivamente já alerta para a falsidade ontológica da pose arrogante, tantas vezes usada como máscara para embasbacar ingênuos. E Tiago Schiffner resenha um livro que está dando o que falar, Via Appia, o romance de Geovani Martins, um belo caso de escritor dito periférico que avança em sua obra.

O folhetim da Jane Souza mostra Ella reencontrando seu passado no presente do hospital em que está internada. 

Para a profunda alegria dos que gostam do tema, retorna a seção Galeria Breve, uma visita a um artista plástico significativo. Ana Carla de Brito recolheu imagens e dados de Gustave Caillebotte, uma excelente figura secundária do Impressionismo francês, que foi capaz de olhar para o cotidiano urbano e para os de baixo como poucos outros em seu tempo.

Cereja deste bolo é o relato da professora Loyde. Sem querer antecipar muito, convido o leitor e a leitura a penetrar na vida dessa figura, comum se vista de longe mas extraordinária se vista de perto, como o foi pela Nathallia Protazio, que a conheceu num encontro casual na Redenção.

RELACIONADAS
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHEUM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHEUM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.