Revista Parêntese

Parêntese #179: Dez anos

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Parêntese #179: Dez anos Em junho de 2013, manifestantes ocuparam o Congresso Nacional | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Os ritmos da história são meio insondáveis. Num junho, dez anos atrás, o país foi pisoteado por incontáveis passeatas, cada uma contendo dezenas de grupos, cada qual por sua vez tendo em mente teses, palavras-de-ordem e desejos nem sempre convergentes com os de outros dos grupos que marchavam ali, ao lado. 

Pacifistas, reformistas de variado matiz, hippies tardios, adolescentes recém-saídos das entranhas das redes sociais – uma novidade naquele momento –, velhos esquerdistas, anarquistas, blackblocks, antipetistas, curiosos e até, consta, vândalos contratados para melar tudo, toda essa gente desparelha andava horas pelas ruas das cidades grandes e médias, ganhando visibilidade nos jornais da noite e posando para fotos para a imprensa tradicional e para as mesmas redes.  

Tanta coisa sucedeu àquilo: reeleição da Dilma, seu impeachment, Lava Jato, Temer, ascensão do improvável e nefasto Bolsonaro, Vaza Jato, pandemia. Não é uma história linear, como aliás nenhuma é. Mas aquelas jornadas permanecem nos solicitando interpretação – uma esfinge brasileira, na encruzilhada de nossos rumos, em discreto deboche: decifra-me ou te devoro.

Falando em Lava-Jato, Merval Pereira, jornalista e presidente da Academia Brasileira de Letras, olha em retrospectiva para a operação em uma entrevista concedida ao nosso colunista Juremir Machado. O imortal, que nesta semana foi condecorado na Biblioteca Pública do Estado, falou sobre literatura e política.

Vamos, por aqui, seguindo com nosso roteiro de reflexões e relatos, sem parar de pensar nos caminhos da história. A macro-história, tal como vivida por Jair Krischke, de quem oferecemos toda uma segunda parte de conversa, repassando vida e obra de um dos mais valiosos lutadores pelos direitos humanos em nossos tempos. Ou a micro-história, tal como flagrada pela lente e pela verve de Eduardo Coutinho (cujos filmes, em grande parte, estão disponíveis no youtube), cineasta que José Fernando Cardoso nos apresenta, na segunda e última parte de seu excelente estudo.

José Falero fala de seu país de maravilhas, enquanto Graça Craidy revisita uma velha e valorosa professora de seu tempo de formação.  Ângelo Chemello Pereira relata a percepção, tão diversa da nossa, que mulheres ucranianas experimentam ao viver no exílio. 

Arthur de Faria segue no relato da trajetória dos Almôndegas. Arnoldo Doberstein evoca as figurações de um remoto craque de futebol da cidade. Esta edição vai recheada de muitas formas de pensar, como se vê. 

Fernando Seffner traz outra de suas produtivas vadiações pelos nomes dos prédios da cidade, agora enfocando os artistas. Zilá Bernd faz visita panorâmica à literatura feita por mulheres no Brasil. Julia da Rosa Simões resenha um lançamento de valor, de Felipe Charbel. No folhetim de Paulo Damin, a cabeça conversa com nosso velho e bom Guaíba.

E estreando promissora série, Karina Lucena começa hoje a contar da vida e da obra de uma grande mulher, a argentina Victoria Ocampo, uma das vigas-mestras da literatura moderna no sul da América.
Tudo isso nesta Parêntese 179, véspera da 180, que por sua vez precede uma significativa mudança em nossa revista – semana que vem a gente conversa sobre isso. 

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