Quando eu morrer/ vão lamentar minha ausência/ bagatela /
pra compensar o presente/ em que ninguém dá por ela.
(Poeminha com saudade de mim mesmo)
Tal qual objeto multifacetado, que requer perícia em sua apreensão, a leitura da obra de Millôr Fernandes é um verdadeiro caleidoscópio a dilacerar certezas titânicas de um desavisado leitor. Multiartista, que construiu uma ponte entre palavra e ilustração, ciente de que uma não esgotava a outra, ou, mais do que isso, podiam ser, ora complementares, ora autônomas, Millôr apropria-se de todas as formas para, a partir delas, dilapidar as suas estruturas, libertando-as de seus grilhões rígidos para detonar certezas e abrir novas vertentes. Clássico de seu questionamento é sua afirmação acerca do ditado chinês “uma imagem vale por mil palavras”, em que questiona: “tente dizer isso com uma ilustração”.
Parêntese
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