Revista Parêntese

Parêntese 57: Conhecer o perto

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Parêntese 57: Conhecer o perto

Se um cara vai pra Lua, com maiúscula, ou pra Mongólia, qualquer uma dessas lonjuras, todo mundo admira. “Olha lá, o cara que foi pra Lua!”, a gente aponta na rua, é capaz de interromper o trajeto dele pra pedir um autógrafo ou tirar uma selfie. E o cara que foi até o Partenon, até a Restinga, até o Ruben Berta?

Esse a gente não trata com deferência. Nem pensar. Deixa passar.  

No mundo intelectual ocorre algo parecido. “Olha lá o cara que estudou uma etnia raríssima do Ondiequistão!” “Corre lá, meu filho, tira um retrato com aquela moça que sabe falar urdu!” Mas e o sujeito que estuda a sua cidade mesmo, mergulha em arquivos locais para tirar de lá o suco da história, tornando-a disponível para qualquer leitor, conterrâneo ou forâneo, de agora ou do futuro?

Este sujeito existe e se chama Sérgio da Costa Franco. Um historiador que prestou tanto serviço à história de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul que nem cabe numa simples homenagem – mas é homenagem o que aqui fazemos. Tendo passado dos 90 anos, ele é um dos primeiros historiadores profissionais da redondeza, ainda que tenha tido uma carreira de promotor público entre sua primeira graduação, numa das primeiras turmas do curso de História da UFRGS, e a produção de grande parte de sua extensa e sempre proveitosa obra.

A Operação Sérgio da Costa Franco deste número 57 da Parêntese repassa uma parte de sua trajetória e obra. Uma entrevista feita há tempos com ele dá detalhes de sua história pessoal; depois, há dois empolgantes textos, de dois leitores de nosso homenageado. Um deles é Eduardo Peninha Bueno, outro apaixonado pela história, um divulgador de alto nível do passado brasileiro, que ocupa lugar central na valorização pública dos livros e do debate de história na última geração. O outro merece até um parágrafo novo.

É de Gunter Axt, historiador profissional, que já emprestou sua inteligência às páginas desta revista, e que agora vem de ser nomeado o novo Secretário municipal de Cultura de Porto Alegre. Que ele tenha uma excelente gestão, como intelectual fino e como cidadão do mundo, é o que desejamos.

Completam nossa Operação dois textos amorosos, escritos por dois dos filhos de Sérgio da Costa Franco. Uma é Maria Ignez, promotora como o pai foi, e o outro é Miguel, escritor. Foi o Miguel que nos avisou que a Maria Ignez organizou um site com materiais do pai, o nosso homenageado. Foi desta fonte, aliás, que recolhemos o texto singelamente chamado “Memória”, escrito pelo experiente historiador. 

O ensaio de fotos que aqui vai é outro luxo: Dulce Helfer nos fala, com imagens, da solidão de todos nós. No cartum, a Grazi Fonseca tenta um arremesso para 2021, enquanto o Pablito traz mais uma de suas histórias na seção Fala que eu desenho.

E segue hoje a nossa elegante rotina: novo capítulo do folhetim de Marcelo Silva, nova cena da série sobre amor, sexo & casamento de Eduardo Vicentini de Medeiros, novas figuras na biografia musical de Porto Alegre por Arthur de Faria

José Falero começa a contar aqui uma memória de uns 20 anos atrás, quando nesta mesma cidade de Porto Alegre aconteciam oficinas descentralizadas de cultura, promovidas pela mesma Secretaria agora comandada pelo Gunter Axt. Evanilton Gonçalves, convidado especial pelo mesmo Falero, vem de Lima Barreto a nossos dias para falar de feminicídio.

E o Relampo, sempre fazendo faísca.

Bom 2021 para nós todos.

– Luís Augusto Fischer

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